I Simpósio Rebralint RJ traça panorama da cooperação Brasil-Alemanha nas universidades fluminenses


A Rede Brasil-Alemanha Internacionalização do Ensino Superior (Rebralint) realizou seu primeiro evento no Rio de Janeiro: no dia 11 de dezembro de 2017, professores e representantes de departamentos de cooperação internacional de diferentes instituições de ensino superior fluminenses se reuniram na Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) para participar do I Simpósio Rebralint Rio de Janeiro. 


Na abertura do evento, Gabriela Marques-Schäfer, presidente da Rebralint e professora da UERJ, apresentou a rede e suas principais atividades. Em seguida, a mesa “Balanço de parcerias com a Alemanha no Estado do RJ” reuniu representantes da UERJ, Centro Federal de Educação Tecnológica do Rio de Janeiro (CEFET-RJ), Universidade Federal Fluminense (UFF) e Pontifícia Universidade Católica (PUC-Rio) para traçar um panorama da cooperação com universidades alemãs. 

A introdução ficou a cargo da diretora de Cooperação Internacional da UERJ, Cristina Russi, que é também presidente da Rede de Assessorias de Relações Internacionais das Instituições de Ensino Superior do Estado do RJ (Reari−RJ) e detalhou o trabalho conjunto das universidades nessa área: “A Reari promove reuniões com consulados de diversos países, recebe delegações de fora do Brasil e encaminha para visitas a universidades de acordo com a área de interesse. Também estabelecemos convênios com outras redes, como a Utrecht Network, IROs Forum (International Relations Offices Forum) e AWISA (Association of Washington International Student Affairs). No primeiro fórum da Reari, em 2011, descobrimos que há mais de 140 instituições de ensino superior no estado do Rio. Dessas, 11 fundaram a Reari”. 


Angela Norte, assessora de Convênios e Relações Internacionais do CEFET-RJ, destacou a Hochschule München como a principal parceira alemã, numa cooperação que se iniciou nos anos 90 com excursões técnicas nos dois países. A Universidade de Tübingen é a mais antiga parceira no caso da UFF, que mantém laços com outras 14 instituições alemãs. Livia Reis, superintendente de Relações Internacionais da UFF, apresentou os números relativos à mobilidade: entre 2014 e 2017, 43 alunos foram para a Alemanha graças a convênios da própria UFF, enquanto 114 estudantes estudaram na Alemanha de 2013 a 2016 no âmbito do programa federal Ciências sem Fronteiras. Os cursos da UFF que mais têm alunos indo para a Alemanha são: Letras, Relações Internacionais, Direito, Arquitetura e Urbanismo, e Engenharia de Produção.

Já Ricardo Alencar, vice-diretor da Coordenação Central de Cooperação Internacional da PUC-Rio, informou que sua instituição mantém 28 parcerias com a Alemanha: “O número de alunos intercambiados não é grande, mas é constante. Costumam ser dois de cada instituição por semestre. Queremos ampliar esse número, assim como o de disciplinas ofertadas em inglês. Hoje são 26 e queremos chegar a 40. Cerca de 8% dos nossos 13.000 alunos são do exterior”. Alencar citou, ainda, a possibilidade de dupla titulação mantida com a Technische Universität Braunschweig. As duas instituições mantêm em parceria um mestrado profissional em Engenharia Urbana e Ambiental, que foi detalhado no simpósio por Ney Dumont, diretor do Departamento de Engenharia Civil e Ambiental da PUC-Rio.


Dupla titulação foi abordada por professora da UFF 

O trabalho para ampliar o número de cotutelas com a Alemanha foi o tema da palestra seguinte, proferida por Mônica Savedra, professora da UFF. Além de detalhar os requisitos para regulamentação dessa modalidade de conclusão (dupla titulação), ela deu exemplos concretos das cotutelas em que está envolvida. A última mesa da manhã do simpósio debateu os “Desafios e soluções atuais na cooperação Brasil-Alemanha”. Marcia Amorim, assessora da Diretoria de Cooperação Internacional da UERJ, apresentou detalhes dos 13 convênios mantidos com universidades alemãs. Entre 2008 e 2017, 56 estudantes da UERJ foram para a Alemanha, de um total de 673 alunos fazendo intercâmbio. No mesmo período, 56 alemães foram recebidos na UERJ. Marcia lembrou, no entanto, que os números de intercambistas na UERJ caiu nos últimos dois anos devido à crise e às constantes greves: “Com a irregularidade no calendário, fica mais difícil receber estrangeiros. Nosso programa internacional de professores visitantes também foi afetado. Mas queremos retomá-lo assim que for superada a crise”. Fotos e depoimentos de intercambistas ilustraram a importância das parcerias para a universidade.

Vitor Alevato do Amaral, diretor de Relações Internacionais da UFRJ, enfocou os desafios ligados à cotutela: “Precisamos acabar com a prática de fechar um acordo por aluno. Isso não levará nenhuma relação bilateral à frente. Conseguimos passar uma resolução que permite um acordo entre as instituições. Depois desse acordo, inclui-se o nome do estudante no processo e julga-se o mérito apenas daquela mobilidade”. O tópico abordado por Amaral teve apoio de Martina Schulze, diretora do Serviço Alemão de Intercâmbio Acadêmico (DAAD Brasil). Segundo o diretor de Relações Internacionais da UFRJ, existem 27 convênios com universidades alemãs. Por fim, Ebal Bolacio, do Instituto de Letras da UERJ e Presidente da Associação de Professores de Alemão do Rio de Janeiro, detalhou a cooperação na área de língua alemã na UERJ, apresentando projetos, convênios, eventos, publicações e exemplos de formação continuada.

Parcerias acadêmicas mantidas por anos
A segunda etapa do simpósio da Rebralint foi iniciada por quatro apresentações de projetos de cooperação acadêmica Brasil-Alemanha em diferentes áreas de conhecimento. Os professores convidados foram escolhidos entre participantes do programa PROBRAL, uma parceria do DAAD e da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) para apoiar projetos conjuntos desenvolvidos por grupos dos dois países vinculados a instituições de ensino superior. O objetivo era mostrar ao público do simpósio como se constrói uma parceria com uma instituição alemã. Em comum, os palestrantes explicitaram que a troca de conhecimento e a parceria costumam continuar por anos, mesmo após a conclusão dos projetos financiados no âmbito do PROBRAL.

A última mesa do dia teve como tema “Internacionalização e possibilidades de fomento” e contou com a participação de representantes de instituições alemãs. Martina Schulze, diretora do DAAD Brasil, apresentou as contribuições da organização desde a concessão das primeiras bolsas a brasileiros em 1951. Até 2016, cerca de 35.000 brasileiros receberam fomento do DAAD. Schulze destacou que os brasileiros representam o maior grupo da América Latina em instituições de ensino superior na Alemanha, mas que o número de intercambistas entre os dois países vem caindo desde 2014. Ela estimulou uma reflexão sobre o que organizações como a Rebralint podem fazer para reverter esse quadro. O debate foi enriquecido pelas falas de Mônica Freitas, embaixadora da Fundação Alexander von Humboldt (AvH) e professora da UFRJ, e de Helmut Galle, representante da Sociedade Alemã de Amparo à Pesquisa (DFG), sobre as possibilidades de subsídio oferecidas pelas duas organizações. 


Maria Konrad, coordenadora do PROBRAL no DAAD, detalhou os requisitos, benefícios e características do programa criado em 1994 em parceria com a Capes. Até hoje já foram financiados 451 projetos conjuntos em diversas áreas do conhecimento. As três instituições com maior número de pesquisas desenvolvidas no âmbito do programa são Universidade de São Paulo (91 projetos), Universidade Federal do Rio Grande do Sul (61 projetos) e UFRJ (43 projetos).

O público do simpósio contribuiu para as discussões com perguntas e relatos de experiências próprias. Para 2018, a Rebralint planeja repetir a experiência com panoramas regionais em outros estados do Brasil.

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